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Desafios da justiça: como a tecnologia revoluciona as provas no processo civil

De acordo com Bruno Garcia Redondo, as provas digitais compreendem quaisquer informações ou documentos armazenados e transmitidos por meios eletrônicos que podem ser utilizadas como evidência em processos judiciais. Isso inclui e-mails, mensagens de aplicativos, arquivos em nuvem, metadados, postagens em redes sociais, entre outros. Com o avanço da digitalização da vida cotidiana, essas provas tornaram-se cada vez mais comuns nos litígios cíveis, substituindo ou complementando documentos físicos tradicionais. 

Essa transformação não é apenas tecnológica, mas estrutural, pois altera a maneira como se produz, armazena e apresenta a prova em juízo. No processo civil brasileiro, a admissibilidade e validade dessas provas têm exigido reinterpretações jurídicas, gerando novos debates doutrinários e jurisprudenciais. O Código de Processo Civil de 2015 já previa meios eletrônicos de comunicação e prova, mas não previa de forma clara muitos dos desafios que surgiriam com o crescimento exponencial da tecnologia.

Como garantir a autenticidade das provas digitais apresentadas em juízo?

A autenticidade é um dos principais desafios na aceitação de provas digitais, pontua Bruno Garcia Redondo. Ao contrário de documentos físicos, que podem ser examinados diretamente, os digitais são suscetíveis a alterações sem deixar vestígios visíveis. Por isso, a cadeia de custódia da prova digital é crucial: trata-se do registro documental e seguro de todos os passos pelos quais a evidência passou, desde sua coleta até sua apresentação. 

Bruno Garcia Redondo
No processo civil, Bruno Garcia Redondo discute os desafios e impactos da tecnologia na formação das provas.

Ferramentas como assinaturas digitais, certificados criptográficos e hash codes têm sido utilizadas para assegurar a integridade das informações. Entretanto, nem todos os operadores do Direito dominam essas tecnologias, o que pode gerar confusão ou até insegurança jurídica. Há ainda a necessidade de peritos especializados que possam atestar a autenticidade da prova em linguagem acessível ao juiz e às partes.

Qual o papel da perícia técnica nas disputas envolvendo provas digitais?

A perícia técnica é muitas vezes essencial para a correta compreensão e valoração de provas digitais. Segundo Bruno Garcia Redondo, diante da complexidade dos sistemas informáticos e da possibilidade de manipulações sofisticadas, o perito se torna um ator-chave na produção da prova. Ele pode esclarecer aspectos como a origem do dado, a data real de criação ou modificação de um arquivo, ou mesmo se houve algum tipo de adulteração. 

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O desafio, no entanto, está na formação de um corpo técnico capacitado e imparcial, e também na dificuldade de comunicação entre o mundo jurídico e o técnico. Muitos laudos periciais utilizam jargões ou não são suficientemente explicativos, dificultando sua interpretação por magistrados e advogados. Assim, o trabalho interdisciplinar precisa ser incentivado, com formação continuada e aproximação entre juristas e especialistas em TI.

As provas digitais respeitam os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa?

A utilização de provas digitais deve sempre observar os princípios constitucionais que regem o devido processo legal. Isso implica garantir que todas as partes tenham acesso às provas, possam contestá-las e apresentar suas próprias contraprovas. Porém, em muitos casos, as provas digitais são obtidas sem conhecimento prévio da outra parte, ou por meios ilícitos, como invasões de contas ou gravações sem consentimento. 

Além disso, Bruno Garcia Redondo explica que o desconhecimento técnico pode prejudicar o exercício pleno do contraditório, já que a parte adversa pode não saber como contestar tecnicamente a validade da prova. Essa assimetria de conhecimento gera uma preocupação real quanto ao equilíbrio processual, exigindo do Judiciário uma postura proativa na equalização dessas desigualdades.

Por fim, Bruno Garcia Redondo frisa que a construção de uma regulamentação eficaz é não só possível, como urgente. Embora o ordenamento jurídico brasileiro conte com leis que tangenciam a questão, como o Marco Civil da Internet, a Lei Geral de Proteção de Dados e o próprio CPC, ainda há lacunas significativas. Um marco legal específico para provas digitais poderia ajudar a consolidar critérios de admissibilidade, padrões de autenticidade e requisitos técnicos mínimos. 

Autor: Smirnova Fedora

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